sexta-feira, 30 de março de 2012

Sieghelen Talita Beulke.

Nome: Sieghelen (?) Talita Beulke
Idade: 15
Passado na historia: 3 meses antes do apocalipse zumbi.
-Tchau Zig!
-Tchau Meninas!
Lá foram elas, dobraram a esquina pela última vez esse ano. Eu só as veria daqui á umas semana por causa do acampamento idiota. Amanda e Giovanna. Minhas amigas de agora e do tempo que eu estudava no Porto.
Eu geralmente não vou andando para casa, mas eu consegui convencer meus pais a me deixarem ir sozinha para casa, atravessando todos os três quarteirões. Geralmente eu odiaria andar para qualquer lugar, o meu esporte favorito é mexer no computador e eu só me mexo quando sou obrigada. Deu pra perceber que eu não gosto muito de exercícios. Mas voltando ao assunto. As férias. Tão merecidas, tão esperadas e tão sem graça. Fazem apenas 28 minutos que as férias começaram e eu não sinto nada de especial, á não ser frio. O que é estranho pra essa é poca de ano, eu andei mais devagar. o céu cinzento os prédio formando muralhas. São Paulo não é bem um paraíso, mas é bom pra se viver. Eu prefiro isso do que a praia, ou o campo. Eu gosto da cidade. Nada de água ou de animais barulhentos e fedidos. O único animal para mim é a Luna, minha cadelinha. Eu ouvi passos, o que me fez andar mais rápido. Só havia eu na rua, com esse tempo os Paulitas andam mais de carro, não tem muitas pessoas á pé. Eu paro na esquina e aperto o botão para atravessar, por algum motivo eu agarro o meu fichário. Uma mão em meu ombro, uma pancada. Eu só vejo a escuridão.
Eu acordei, não sabia onde estava, estava com frio e minha cabeça doía. Parecia que eu estava num filme de terror. Havia uma lâmpada acima da minha cabeça, meus braços e meus tornozelos estavam amarrados á cadeira em que eu estava. Ótimo. Eu fui sequestrada. Tentei gritar, pedir ajuda mas nada adiantou. Pouco tempo depois alguém saiu das sombras, eu não fazia ideia de quem era.
-Olá Seguelen.
-É Sieghelen seu analfabeto.
Eu estava irritada. Ora se você estivesse com uma baita dor de cabeça e estivesse amarrada á uma cadeira você também estaria.
-Desculpe pelo mal jeito é que eu não estou acostumado com visitas.
-Que belo jeito de tratar um convidado Hein!
Ele riu.
-Minha querida, eu suponho que você queira saber o porquê de sua presença.
-Dãa.
-Bom, eu sou um brilhante cientista...
-Pra mim tá parecendo mais um cientista maluco.
Ele avançou em mim, mas se conteve. Parou á alguns centímetros do meu rosto.
-Olha mocinha, eu sou totalmente contra a agressão aos menores mas você esta me fazendo mudar de ideia. Continuando, eu sou um brilhante cientista, só que há pessoas que não gostam do modo em que eu trabalho. Eu preciso que elas vejam o quão poderoso esse antídoto é.
-E onde eu entro nisso tudo?
-Bom, sua família tem muitas pessoas que são boas com computadores, inclusive você mesma. Então eu preciso  que você entre no site da minha empresa e coloque o meu antídoto no topo da lista. Entendeu?
-Só isso? Cara, você não precisava ter me arrastado até aqui. Era só pedir.
-Nhanhanha. Se acha tão simples... Você tem um dia. Se falhar, sua amiguinha aqui não vai mais ver a luz do sol.
Ele puxou o braço da Iara. Canalha, cafajeste, imbecil. Eu não sou de xingar mas esse cara tava pedindo.
Ele me trouxe o notebook já conectado ao site da empresa. Eu digitei alguns códigos fonte, mas o sistema de segurança era muito forte, esse cara tava se metendo com fogo pesado. A empresa era a Medi-Com,  a maior em tecnologia e medicina do mundo, fundada por Abigail F. Burns. Austríaca e brasileira, nasceu aqui.Se formou na faculdade com 15 anos, ela era brilhante. Tinha 3 prêmios Nobel por astrofísica e ciência humana. Se dedicou a vida inteira para achar a cura do câncer. Morreu aos 97 anos depois de uma descoberta incrível sobre a humanidade, todos nós temos células tronco regeneráveis, tanto que quando temos uma doença, depois de alguns dias ficamos bons. Ela descobriu como acelerar esse processo, infelizmente morreu antes que revelasse sua pesquisa e fizessem qualquer uso dela. Dizem que os filhos dela esconderam a pesquisa junto com o corpo. Mas eram apenas boatos. A garota era um gênio, não tinha como passar pelo código de segurança que ela mesma criou.
-Eu preciso do seu número de identificação de usuário.
-08976544387.
Eu digitei os números, esperei alguns segundos e voilá. Tinha passado pelo firewall. Infelizmente era uma armadilha. Fiquei totalmente travada enquanto eles tiravam tudo que tinha no computador.
-Ora ora senhorita sabe tudo. O que aconteceu aí.
-Era uma areia movediça. Assim que entrei eles pegaram o computador me deixando totalmente presa. Eu não consigo passa por ela cara. Desculpa mas eu não sou páreo para a Abigail. Sinto muito. Não há nada que eu possa fazer.
-Você não pode, mas eu posso.
Ele pegou o celular e discou alguns números.
-Boa tarde senho Beulke, eu tenho uma pequena proposta a lhe fazer. Eu preciso de 1 milhão de reais até domingo, e preciso passar pelo maior sistema de segurança do mundo. Resolva isso pra mim e terá de volta a sua preciosa filha.
Ele desligou. Depois arrastou minha cadeira com uma mão e a Iara com outra para um quarto apertado e escuro.
Eu devo ter ficado ali por horas, meu estômago doía, estava com sede e com fome. Esse cara era doente. Abriram a porta. Ele me arrastou para fora do quartinho fazendo um barulho estridente que irritava os ouvidos.
-Bom senhorita sabe tudo. É hora da verdade, hoje é domingo e o seu querido pai tem apenas algumas horas para conseguir o que eu quero. Caso contrário você morre. Simples assim.
Ele ficou brincando com a arma prateada que tinha em mãos, e olhava para o relógio de vez em quando.
-Toma.
Ele me entregou o celular.
-Liga pros seus pais, não faça nenhuma gracinha. Eles precisam saber que você ainda ta viva para o trato ficar de pé.
Eu disquei os números com as mãos tremendo. Como isso era possível? Eu tinha sido sequestrada, tinha ficado ali por dois dias inteiros e o cara estava prestes a me matar. Ótimo jeito de morrer.
-Alô?
A voz insegura e trêmula da minha mãe fez meus olhos se encherem de lágrimas.
-Mãe?
-Filha! Ai meu deus! Você tá bem? O que aconteceu? Ai deus...
Pegaram o telefone da mão dela.
-Filha? Tudo bem? Você sabe onde você está?
Um barulho ao fundo. "Precisamos de 5 minutos" Com certeza era a polícia, eu só precisava mantê-los na linha por 5 minutos. Iria ser difícil.
-Pai?
-Sim filha...
-O homem disse... Ele disse...
Eu olhei para ele.
-O dinheiro e o site.
-Ele quer... O dinheiro... E quer...
Eu o olhei de novo. Eu estava fazendo de propósito, eu precisava daqueles cinco minutos,
-O site menina! O site!
-E quer... Ahn... hackear um site... Eu não lembro o nome...
-Medi-com.
-Ele quer... Hackear o site da... Medi-com.
Outra voz ao fundo "Conseguimos!" Eu estava tão aliviada, eles chegariam em pouco tempo.
-Pai?
-Sim filha.
-Eu te amo tá legal?
-Eu também te amo filha.
Ele desligou.
-Bom trabalho sabe tudo! Me deixou emocionado. Sério.
Ele me arrastou de volta para o quartinho. A Iara estava deitada ali em algum lugar, fraca demais para levantar, fraca demais para sobreviver.
Eu devo ter dormido. Muito. Quando acordei estava na cama do hospital com todos á minha volta. Minha mãe, meu pai, a Lala o Phe, a Pami e a Bia. Cara eu tava com saudades delas. Quando eu saí do hospital meu pai me disse o que aconteceu. Que a polícia chegou rápido, houve alguns tiros e que demoraram para me achar, a Iara estava bem e já estava em casa. Infelizmente o sequestrador conseguiu fugir.