Nome: Sieghelen (?) Talita Beulke
Idade: 15
Passado na historia: 3 meses antes do apocalipse zumbi.
-Tchau Zig!
-Tchau Meninas!
Lá foram elas, dobraram a esquina pela última vez esse ano. Eu só as veria daqui á umas semana por causa do acampamento idiota. Amanda e Giovanna. Minhas amigas de agora e do tempo que eu estudava no Porto.
Eu geralmente não vou andando para casa, mas eu consegui convencer meus pais a me deixarem ir sozinha para casa, atravessando todos os três quarteirões. Geralmente eu odiaria andar para qualquer lugar, o meu esporte favorito é mexer no computador e eu só me mexo quando sou obrigada. Deu pra perceber que eu não gosto muito de exercícios. Mas voltando ao assunto. As férias. Tão merecidas, tão esperadas e tão sem graça. Fazem apenas 28 minutos que as férias começaram e eu não sinto nada de especial, á não ser frio. O que é estranho pra essa é poca de ano, eu andei mais devagar. o céu cinzento os prédio formando muralhas. São Paulo não é bem um paraíso, mas é bom pra se viver. Eu prefiro isso do que a praia, ou o campo. Eu gosto da cidade. Nada de água ou de animais barulhentos e fedidos. O único animal para mim é a Luna, minha cadelinha. Eu ouvi passos, o que me fez andar mais rápido. Só havia eu na rua, com esse tempo os Paulitas andam mais de carro, não tem muitas pessoas á pé. Eu paro na esquina e aperto o botão para atravessar, por algum motivo eu agarro o meu fichário. Uma mão em meu ombro, uma pancada. Eu só vejo a escuridão.
Eu acordei, não sabia onde estava, estava com frio e minha cabeça doía. Parecia que eu estava num filme de terror. Havia uma lâmpada acima da minha cabeça, meus braços e meus tornozelos estavam amarrados á cadeira em que eu estava. Ótimo. Eu fui sequestrada. Tentei gritar, pedir ajuda mas nada adiantou. Pouco tempo depois alguém saiu das sombras, eu não fazia ideia de quem era.
-Olá Seguelen.
-É Sieghelen seu analfabeto.
Eu estava irritada. Ora se você estivesse com uma baita dor de cabeça e estivesse amarrada á uma cadeira você também estaria.
-Desculpe pelo mal jeito é que eu não estou acostumado com visitas.
-Que belo jeito de tratar um convidado Hein!
Ele riu.
-Minha querida, eu suponho que você queira saber o porquê de sua presença.
-Dãa.
-Bom, eu sou um brilhante cientista...
-Pra mim tá parecendo mais um cientista maluco.
Ele avançou em mim, mas se conteve. Parou á alguns centímetros do meu rosto.
-Olha mocinha, eu sou totalmente contra a agressão aos menores mas você esta me fazendo mudar de ideia. Continuando, eu sou um brilhante cientista, só que há pessoas que não gostam do modo em que eu trabalho. Eu preciso que elas vejam o quão poderoso esse antídoto é.
-E onde eu entro nisso tudo?
-Bom, sua família tem muitas pessoas que são boas com computadores, inclusive você mesma. Então eu preciso que você entre no site da minha empresa e coloque o meu antídoto no topo da lista. Entendeu?
-Só isso? Cara, você não precisava ter me arrastado até aqui. Era só pedir.
-Nhanhanha. Se acha tão simples... Você tem um dia. Se falhar, sua amiguinha aqui não vai mais ver a luz do sol.
Ele puxou o braço da Iara. Canalha, cafajeste, imbecil. Eu não sou de xingar mas esse cara tava pedindo.
Ele me trouxe o notebook já conectado ao site da empresa. Eu digitei alguns códigos fonte, mas o sistema de segurança era muito forte, esse cara tava se metendo com fogo pesado. A empresa era a Medi-Com, a maior em tecnologia e medicina do mundo, fundada por Abigail F. Burns. Austríaca e brasileira, nasceu aqui.Se formou na faculdade com 15 anos, ela era brilhante. Tinha 3 prêmios Nobel por astrofísica e ciência humana. Se dedicou a vida inteira para achar a cura do câncer. Morreu aos 97 anos depois de uma descoberta incrível sobre a humanidade, todos nós temos células tronco regeneráveis, tanto que quando temos uma doença, depois de alguns dias ficamos bons. Ela descobriu como acelerar esse processo, infelizmente morreu antes que revelasse sua pesquisa e fizessem qualquer uso dela. Dizem que os filhos dela esconderam a pesquisa junto com o corpo. Mas eram apenas boatos. A garota era um gênio, não tinha como passar pelo código de segurança que ela mesma criou.
-Eu preciso do seu número de identificação de usuário.
-08976544387.
Eu digitei os números, esperei alguns segundos e voilá. Tinha passado pelo firewall. Infelizmente era uma armadilha. Fiquei totalmente travada enquanto eles tiravam tudo que tinha no computador.
-Ora ora senhorita sabe tudo. O que aconteceu aí.
-Era uma areia movediça. Assim que entrei eles pegaram o computador me deixando totalmente presa. Eu não consigo passa por ela cara. Desculpa mas eu não sou páreo para a Abigail. Sinto muito. Não há nada que eu possa fazer.
-Você não pode, mas eu posso.
Ele pegou o celular e discou alguns números.
-Boa tarde senho Beulke, eu tenho uma pequena proposta a lhe fazer. Eu preciso de 1 milhão de reais até domingo, e preciso passar pelo maior sistema de segurança do mundo. Resolva isso pra mim e terá de volta a sua preciosa filha.
Ele desligou. Depois arrastou minha cadeira com uma mão e a Iara com outra para um quarto apertado e escuro.
Eu devo ter ficado ali por horas, meu estômago doía, estava com sede e com fome. Esse cara era doente. Abriram a porta. Ele me arrastou para fora do quartinho fazendo um barulho estridente que irritava os ouvidos.
-Bom senhorita sabe tudo. É hora da verdade, hoje é domingo e o seu querido pai tem apenas algumas horas para conseguir o que eu quero. Caso contrário você morre. Simples assim.
Ele ficou brincando com a arma prateada que tinha em mãos, e olhava para o relógio de vez em quando.
-Toma.
Ele me entregou o celular.
-Liga pros seus pais, não faça nenhuma gracinha. Eles precisam saber que você ainda ta viva para o trato ficar de pé.
Eu disquei os números com as mãos tremendo. Como isso era possível? Eu tinha sido sequestrada, tinha ficado ali por dois dias inteiros e o cara estava prestes a me matar. Ótimo jeito de morrer.
-Alô?
A voz insegura e trêmula da minha mãe fez meus olhos se encherem de lágrimas.
-Mãe?
-Filha! Ai meu deus! Você tá bem? O que aconteceu? Ai deus...
Pegaram o telefone da mão dela.
-Filha? Tudo bem? Você sabe onde você está?
Um barulho ao fundo. "Precisamos de 5 minutos" Com certeza era a polícia, eu só precisava mantê-los na linha por 5 minutos. Iria ser difícil.
-Pai?
-Sim filha...
-O homem disse... Ele disse...
Eu olhei para ele.
-O dinheiro e o site.
-Ele quer... O dinheiro... E quer...
Eu o olhei de novo. Eu estava fazendo de propósito, eu precisava daqueles cinco minutos,
-O site menina! O site!
-E quer... Ahn... hackear um site... Eu não lembro o nome...
-Medi-com.
-Ele quer... Hackear o site da... Medi-com.
Outra voz ao fundo "Conseguimos!" Eu estava tão aliviada, eles chegariam em pouco tempo.
-Pai?
-Sim filha.
-Eu te amo tá legal?
-Eu também te amo filha.
Ele desligou.
-Bom trabalho sabe tudo! Me deixou emocionado. Sério.
Ele me arrastou de volta para o quartinho. A Iara estava deitada ali em algum lugar, fraca demais para levantar, fraca demais para sobreviver.
Eu devo ter dormido. Muito. Quando acordei estava na cama do hospital com todos á minha volta. Minha mãe, meu pai, a Lala o Phe, a Pami e a Bia. Cara eu tava com saudades delas. Quando eu saí do hospital meu pai me disse o que aconteceu. Que a polícia chegou rápido, houve alguns tiros e que demoraram para me achar, a Iara estava bem e já estava em casa. Infelizmente o sequestrador conseguiu fugir.
sexta-feira, 30 de março de 2012
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Bia\ Nathalia...
Beatriz Branco Lanna\ Nathalia.
Idade:15
Passado na História: 8 meses antes do apocalipse eu estava com uns amigos e o menino que eu gostava perto de um bar, na casa do condomínio deles. Estava perto de meia noite mas meus pais tinham ido viajar e meu irmão estava na casa do amigo. Estava indo tudo bem a não ser pelo pequeno fato de que ele estava completamente bêbado e os amigos dele estavam apostando corrida com os carros que tinham. Como sempre eu estava num canto sem chamar muito a atenção, típico vindo de mim.
- Vai Vini você consegue!
Os amigos babacas dele estavam torcendo para que ele bebesse algo com uma entornada. Crianças. Eles gritaram como malucos quando ele acabou. O menino que eu gostava veio para o meu lado.
-O que... Foi? Você não está... Se divertindo.
Ele passou o braço pelo meu ombro, seria fofo se ele não estivesse super embriagado.
-Sim, claro mas, você não acha que passou muito da conta? Quem vai levar o seu carro pra garagem?
Ele deu um riso irônico e olhou para mim.
- Você.
-Ah claro, eu não tenho carteira e o mais próximo que cheguei de dirigir foi num vídeo-game. Tá maluco?
Ele riu outra vez.
-Não... Mas to feliz que você tenha vindo.
Cara, ele tava quase dormindo apoiado em mim.
-Ah, de nada.
Eu sorri. Pouco depois a música que eles estavam escutando ficou alta demais.
-Vem, vamos dançar!
Ele puxou a minha mão e eu quase caí.
-Vini...
-O que foi?
-A música tá alta demais, já é meia noite, os vizinhos vão reclamar.
-Que nada!
Ele riu de novo. Você pode achar engraçado mas uma pessoa bêbada deixa de ser uma pessoa. É estranho.
-Ei, Bruno! Abaixa o som ae!
Daí o amigo do Vini abaixou o som e eu pude ouvir sirenes.
-Isso são... Sirenes?
-Deve ser uma ambulância.
Não me pergunte como mas eu sei que sirenes de polícia são um pouco diferentes das de ambulância.
-Cara, sujou é a polícia!
Eu tinha razão. Sem perceber o que estava acontecendo eu fiquei parada enquanto eles pegavam os CDs e as chaves dos carros. Todo mundo começou a correr enquanto o barulho ficava mais alto e mais perto. Encrenca. Pelo chão ficavam vidro quebrado e restos de cigarros de maconha. Como eles eram idiotas. Daí eu percebi que podia sobrar para mim.
-Boa Bia, vai ser presa sem ter feito nada!
O Vini ainda estava na metade do muro quando eu o chamei.
-Vini!
-O quê!
-Me ajuda a subir, eu to com a perna machucada lembra?
Ele pegou minha mão mas não conseguia me puxar. Semana passada eu torci o joelho jogando futebol, o médico disse que em oito dias eu poderia voltar a jogar, enquanto isso tinha que usar uma meia esquisita no joelho. Ele olhou para a rua e depois olhou pra mim.
-Desculpa amor, mas eu tenho que ir.
Então ele pulou o muro e me deixou cair de joelhos no asfalto.
-Grande ajuda!
Eu ouvi portas. Droga. Me levantei com dificuldade.
-Parada aí!
Eu me virei.
-Ponha as mãos na cabeça e fique de joelhos.
-Eu não posso me ajoelhar, to com o joelho machucado.
Coloquei as mãos na cabeça enquanto a policial vinha na minha direção.
-Você tem o direito de permanecer calada, tudo o que disser pode e será usado contra você.
Ela disse enquanto me revistava. Colocou as algemas em mim e me guiou para o carro.
-Mendes, olha só! Grande noite eles tiveram aqui em!
O assistente dela disse isso enquanto mostrava uma garrafa de vodka e uma bituca de cigarro. Eu estava no banco de trás de um carro de policia, eu olhei para o muro e o Vinicius estava ali. Olhando para mim como se eu não fosse me encrencar, e muito.
Então eles me levaram para a delegacia onde eu presenciei aquele teatrinho de policial bom e policial mal.
-Ora, ora. Temos uma encrenqueira aqui.
Ele disse isso porque pouco antes um policial tentou me agarrar e eu agredi ele. Infelizmente o policial quebrou o nariz e eles me trouxeram pra essa sala estranha.
-Olha, eu não tinha que estar aqui.
Eu estava nervosa e com muita dor de cabeça. Os policiais riram.
-Você, mocinha. Acaba de ganhar uma bela ficha criminal. Fuga, posso de drogas e bebidas e agressão á um policial.
-Ele que tentou encostar em mim primeiro e eu não estava em posse de nada, os meninos que trouxeram, eu só estava no mesmo local.
-Meninos, que meninos?
Um policial negro que vestia uma farda azul clara se aproximou da mesa.
-Conta essa historia pra gente, vou adorar ouvir.
-Bom, eu estava com uns amigos numa festa, outros meninos apareceram com a bebida e a maconha, eu juro que não bebi nem fumei. Eu só estava lá pra acompanhar meu amigo. Só isso. Nada mais.
-A gente quer nomes menina.
-Eu não sei, conhecia pouca gente lá, mas eu já vou avisando que não sei sobrenome nenhum.
-Pode começar.
Claro que eu não ia falar o nome do Vinicius, eu tinha algo melhor preparado pra ele. Uma vingança por assim dizer.
-Bom, tinha um menino chamado Bruno, o que trouxe as bebidas e tudo tinha outro que chamava Fernando e o que tava organizando as corridas era o Gabriel.
-Nenhum sobrenome? Só isso de gente? Você ta de brincadeira!
-Eu to falando a verdade.
O outro policial que usava óculos e começou a falar comigo, chegou mais perto.
- A gente só vai te liberar por dois motivos, presta bem atenção. Você é de menor e a gente não tem muita conclusão sobre o caso e porquê vamos investigar direitinho essa sua história.
Quase um alívio.
-Mas você vai ser fichada por não denunciar uma corrida, por fazer parte da desordem e por agredir um policial. E você tem que ter alguém de maior pra te buscar.
Fodeu.
-Tenho mesmo? Eu não posso só sair e andar até a minha casa?
Eles riram.
-Não é tão fácil assim.
-Olha, meus pais estão viajando, meu irmão é mais novo que eu e nem está em casa. Eu não falo com ninguém da minha família faz uns dois anos, não tem mesmo como me deixar ir?
Eles se entreolharam e saíram da sala sem dizer nada. Eu estava aflita. Se meus pais soubessem disso eu morreria. Literalmente. Passaram-se alguns minutos e eles voltaram, com a delegada.
-Posso saber porquê ninguém pode vir te buscar?
Ela me olhava seriamente. Era morena um pouco mais alta que eu e estava vestindo uma blusa branca que possuía o seu distintivo.
-Meu pais estão viajando, não tem ninguém em casa e eu não falo com ninguém da minha família deve ter uns dois anos.
Ela olhou para os policiais.
-Bom, então você vai ter que ficar aqui até alguém vir te buscar.
Eu olhei para todos eles. Não posso ficar presa aqui.
Idade:15
Passado na História: 8 meses antes do apocalipse eu estava com uns amigos e o menino que eu gostava perto de um bar, na casa do condomínio deles. Estava perto de meia noite mas meus pais tinham ido viajar e meu irmão estava na casa do amigo. Estava indo tudo bem a não ser pelo pequeno fato de que ele estava completamente bêbado e os amigos dele estavam apostando corrida com os carros que tinham. Como sempre eu estava num canto sem chamar muito a atenção, típico vindo de mim.
- Vai Vini você consegue!
Os amigos babacas dele estavam torcendo para que ele bebesse algo com uma entornada. Crianças. Eles gritaram como malucos quando ele acabou. O menino que eu gostava veio para o meu lado.
-O que... Foi? Você não está... Se divertindo.
Ele passou o braço pelo meu ombro, seria fofo se ele não estivesse super embriagado.
-Sim, claro mas, você não acha que passou muito da conta? Quem vai levar o seu carro pra garagem?
Ele deu um riso irônico e olhou para mim.
- Você.
-Ah claro, eu não tenho carteira e o mais próximo que cheguei de dirigir foi num vídeo-game. Tá maluco?
Ele riu outra vez.
-Não... Mas to feliz que você tenha vindo.
Cara, ele tava quase dormindo apoiado em mim.
-Ah, de nada.
Eu sorri. Pouco depois a música que eles estavam escutando ficou alta demais.
-Vem, vamos dançar!
Ele puxou a minha mão e eu quase caí.
-Vini...
-O que foi?
-A música tá alta demais, já é meia noite, os vizinhos vão reclamar.
-Que nada!
Ele riu de novo. Você pode achar engraçado mas uma pessoa bêbada deixa de ser uma pessoa. É estranho.
-Ei, Bruno! Abaixa o som ae!
Daí o amigo do Vini abaixou o som e eu pude ouvir sirenes.
-Isso são... Sirenes?
-Deve ser uma ambulância.
Não me pergunte como mas eu sei que sirenes de polícia são um pouco diferentes das de ambulância.
-Cara, sujou é a polícia!
Eu tinha razão. Sem perceber o que estava acontecendo eu fiquei parada enquanto eles pegavam os CDs e as chaves dos carros. Todo mundo começou a correr enquanto o barulho ficava mais alto e mais perto. Encrenca. Pelo chão ficavam vidro quebrado e restos de cigarros de maconha. Como eles eram idiotas. Daí eu percebi que podia sobrar para mim.
-Boa Bia, vai ser presa sem ter feito nada!
O Vini ainda estava na metade do muro quando eu o chamei.
-Vini!
-O quê!
-Me ajuda a subir, eu to com a perna machucada lembra?
Ele pegou minha mão mas não conseguia me puxar. Semana passada eu torci o joelho jogando futebol, o médico disse que em oito dias eu poderia voltar a jogar, enquanto isso tinha que usar uma meia esquisita no joelho. Ele olhou para a rua e depois olhou pra mim.
-Desculpa amor, mas eu tenho que ir.
Então ele pulou o muro e me deixou cair de joelhos no asfalto.
-Grande ajuda!
Eu ouvi portas. Droga. Me levantei com dificuldade.
-Parada aí!
Eu me virei.
-Ponha as mãos na cabeça e fique de joelhos.
-Eu não posso me ajoelhar, to com o joelho machucado.
Coloquei as mãos na cabeça enquanto a policial vinha na minha direção.
-Você tem o direito de permanecer calada, tudo o que disser pode e será usado contra você.
Ela disse enquanto me revistava. Colocou as algemas em mim e me guiou para o carro.
-Mendes, olha só! Grande noite eles tiveram aqui em!
O assistente dela disse isso enquanto mostrava uma garrafa de vodka e uma bituca de cigarro. Eu estava no banco de trás de um carro de policia, eu olhei para o muro e o Vinicius estava ali. Olhando para mim como se eu não fosse me encrencar, e muito.
Então eles me levaram para a delegacia onde eu presenciei aquele teatrinho de policial bom e policial mal.
-Ora, ora. Temos uma encrenqueira aqui.
Ele disse isso porque pouco antes um policial tentou me agarrar e eu agredi ele. Infelizmente o policial quebrou o nariz e eles me trouxeram pra essa sala estranha.
-Olha, eu não tinha que estar aqui.
Eu estava nervosa e com muita dor de cabeça. Os policiais riram.
-Você, mocinha. Acaba de ganhar uma bela ficha criminal. Fuga, posso de drogas e bebidas e agressão á um policial.
-Ele que tentou encostar em mim primeiro e eu não estava em posse de nada, os meninos que trouxeram, eu só estava no mesmo local.
-Meninos, que meninos?
Um policial negro que vestia uma farda azul clara se aproximou da mesa.
-Conta essa historia pra gente, vou adorar ouvir.
-Bom, eu estava com uns amigos numa festa, outros meninos apareceram com a bebida e a maconha, eu juro que não bebi nem fumei. Eu só estava lá pra acompanhar meu amigo. Só isso. Nada mais.
-A gente quer nomes menina.
-Eu não sei, conhecia pouca gente lá, mas eu já vou avisando que não sei sobrenome nenhum.
-Pode começar.
Claro que eu não ia falar o nome do Vinicius, eu tinha algo melhor preparado pra ele. Uma vingança por assim dizer.
-Bom, tinha um menino chamado Bruno, o que trouxe as bebidas e tudo tinha outro que chamava Fernando e o que tava organizando as corridas era o Gabriel.
-Nenhum sobrenome? Só isso de gente? Você ta de brincadeira!
-Eu to falando a verdade.
O outro policial que usava óculos e começou a falar comigo, chegou mais perto.
- A gente só vai te liberar por dois motivos, presta bem atenção. Você é de menor e a gente não tem muita conclusão sobre o caso e porquê vamos investigar direitinho essa sua história.
Quase um alívio.
-Mas você vai ser fichada por não denunciar uma corrida, por fazer parte da desordem e por agredir um policial. E você tem que ter alguém de maior pra te buscar.
Fodeu.
-Tenho mesmo? Eu não posso só sair e andar até a minha casa?
Eles riram.
-Não é tão fácil assim.
-Olha, meus pais estão viajando, meu irmão é mais novo que eu e nem está em casa. Eu não falo com ninguém da minha família faz uns dois anos, não tem mesmo como me deixar ir?
Eles se entreolharam e saíram da sala sem dizer nada. Eu estava aflita. Se meus pais soubessem disso eu morreria. Literalmente. Passaram-se alguns minutos e eles voltaram, com a delegada.
-Posso saber porquê ninguém pode vir te buscar?
Ela me olhava seriamente. Era morena um pouco mais alta que eu e estava vestindo uma blusa branca que possuía o seu distintivo.
-Meu pais estão viajando, não tem ninguém em casa e eu não falo com ninguém da minha família deve ter uns dois anos.
Ela olhou para os policiais.
-Bom, então você vai ter que ficar aqui até alguém vir te buscar.
Eu olhei para todos eles. Não posso ficar presa aqui.
-E... E se eu ligar pra alguém que é de maior e que pode me buscar?
Ela pensou um pouco.
-Tá, mas só porque eu vi que o Vasquez tentou te agarrar.
Ainda bem que alguém viu. Ela se virou para os policiais.
-Ele está bêbado e foi totalmente anti-profissional, ela tinha o direito.
-Mas ele quebrou o nariz!
-Foi pra aprender.
Eles tiraram as algemas de mim e me conduziram para o telefone. Eu disquei os números e demorou uma eternidade para ele atender.
-Alô?
-Vini? Sou eu, a Bia.
-Aaah! Graças a Deus você está bem!
-É, claro, mas eu preciso que alguém de maior venha me buscar. Você vai vir aqui.
-Como assim eu vou?
Eu abaixei o tom de voz, depois dessa ele estava morto.
-Você se esqueceu que por sua culpa eu fui presa? Anda logo, to no 38º batalhão duas quadras depois da sua casa.
Daí eu desliguei. Acho que adormeci umas duas vezes até ele chegar. Depois dele assinar alguns papéis e tudo o mais ele falou comigo como se nada tivesse acontecido. Quando meus pais voltaram os policiais vieram na minha casa dizendo que os meninos responsáveis estavam presos, nada sobre o Vinicius. Meu pais ficaram uma fera e eu fiquei de castigo por três meses. Minha vingança? Eu contei para a mãe do Vinicius o que ele fazia quando saía com os amigos. Ele ficou bem encrencado. Depois eu mandei uma foto dele com outra menina para a atual namorada dele. Mas acho que ainda falta alguma coisa.
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